segunda-feira, 30 de junho de 2014

O fim

" ... Silêncio, não compreendo como podes, estou rodeado e não ouços nada, almas vazias, tão negras quanto teus pecados, tão criminosas, assim como eu. Somos, todos, tão futeis, sem utilidade para este mundo. Por que necessitamos estar aqui? Por que não podemos sair pela porta da frente? Já não quero mais isto, toda esta hipocrisia, chega... leve minh'alma, carregue-a para longe deste meu corpo pecador, se é que já não fora corrompida, corações partidos, corpos sem almas, o que mais vos resta, senão aguardar a morte, esperar com que toda esta dor acabe, e quem sabes voltar noutra vida, com tudo em teu devido lugar, como tudo deveria ser. Esta brincadeira de soldado, manter a postura, respeitar, obedecer, cansei-me dela, acabou minha tarde já não quero mais brincar. Chega! Venha Caronte, leve me para meu ultimo julgamento, para meu ultimo parecer neste corpo, nesta forma."

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